Em um longo documento de acesso público do CADE, órgão brasileiro responsável por fiscalizar atividades de fusão e aquisição em empresas, a Microsoft respondeu aos questionamentos da Sony sobre a compra da Activision Blizzard e disse que ela é a única empresa terceira com "opiniões materialmente diferentes em relação aos demais terceiros consultados". O arquivo tem 27 páginas e pode ser acessado [aqui](https://sei.cade.gov.br/sei/modulos/pesquisa/md_pesq_documento_consulta_externa.php?HJ7F4wnIPj2Y8B7Bj80h1lskjh7ohC8yMfhLoDBLddYr8T4vFoqwZRbmcxSi24V7Yg26FofKf3rtg4pQ5AQV9rEvExlCLNXEnZZiVoz1YTrC99XnlLdP7d0qkoFhPMwv).

“Apenas um terceiro, a Sony, apresentou opiniões materialmente diferentes em relação às Requerentes e aos demais terceiros consultados pela SG. A Sony está isolada nesse entendimento e, curiosamente, ainda se contradiz na resposta ao ofício. (...). 6. As Seções I e II desta petição abordam a maior parte das respostas dos terceiros, que refletem uma série de aspectos positivos em relação à Operação. A Seção III aborda a resposta da Sony, que apresenta entendimentos contraditórios com as respostas públicas dos outros terceiros, conforme adiantado”, diz um trecho da publicação.

Em outro recorte, a Microsoft volta a defender a viabilidade da operação sem danos ao mercado concorrente. “A Seção IV apresenta breve conclusão sobre a análise das respostas dos terceiros consultados pela SG, destacando especificamente que as definições de mercado adotadas em Microsoft/ZeniMax continuam apropriadas para a análise da presente Operação”, descreveu.

Nintendo é destaque sem ter Call of Duty e Game Pass é defendido

Mantendo tom de defesa e um toque de combustão, a dona do Xbox mencionou que a Nintendo se sustenta sem Call of Duty e, ainda assim, consegue se destacar perante o mercado.

“Com efeito, ainda que até o momento nenhum dos títulos da Activision Blizzard tenha sido incluído no Game Pass, o serviço conseguiu atrair e engajar milhões de jogadores, como apontado pela própria Sony. Se o Game Pass se mostrou bem-sucedido sem disponibilizar esse tipo de jogo, logicamente tal conteúdo não pode ser considerado essencial para que um canal de distribuição de jogos seja competitivo. O mesmo pode ser dito da plataforma de console da Nintendo e da loja para PC da Epic Games, que se destacaram a despeito de não disponibilizarem jogos da franquia Call of Duty”, ponderou a carta.

Em aceno amigável a seus competidores, a Microsoft citou a força dos concorrentes em termos de reputação e lealdade à marca. “Os consoles rivais construíram forte reputação e desfrutam de elevado grau de lealdade dos jogadores, como demonstrado pela pesquisa da Best SEO Companies, sendo improvável que um número significativo de usuários atuais dos consoles PlayStation e Nintendo migrem para o Xbox como resultado de uma estratégia hipotética de exclusividade em relação aos jogos da Activision Blizzard”, pontuou.

A notícia começa a repercutir em veículos gringos, que mencionam o órgão brasileiro na análise do caso. Enquanto isso, a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft segue em avaliação por todas as partes reguladoras ligadas a esse tipo de responsabilidade.

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Compra da Activision Blizzard: Microsoft responde Sony e chapa esquenta

Documento do CADE, órgão brasileiro que avalia movimentações do mercado, tem 27 páginas e é público