Nesta última sexta (7), uma das principais atrações do estande do **PlayStation** foi o painel **God of War**, que se comprometeu a fazer uma análise diferente dos novos games da franquia ao abordar o impacto cultural da mitologia na jogatina – dentro e fora do game.

Para levar esse papo adiante, a Sony contou com a participação da professora e pesquisadora **Flávia Gasi** e do historiador e produtor de conteúdo **Lucas Ribeiro**, conhecido na internet como Blader Koyotte. A mediação do painel ficou a cargo de **Bruno Micali**, editor-chefe aqui do site do **Flow Games**.

Ao longo de uma hora de debate, o trio discorreu sobre como não só a série do **Santa Monica Studio** se transformou ao longo do tempo, mas também como o uso da mitologia foi acompanhando essa transformação.

Flávia explica, por exemplo, que enquanto o panteão gregro foi usado muito mais como um rol de inimigos para que Kratos pudesse obter sua vingança enquanto espalhava tripas e sangue na tela em lutas épicas, os deuses nórdicos tiveram uma função de humanizar um pouco mais o protagonista: ele agora estava lutando não por si, mas para proteger alguém.

Essa mudança e o aprofundamento dos temas discutidos ao longo de God of War (2018) – e que deve continuar em Ragnarok – são um reflexo do próprio amadurecimento dos desenvolvedores e jogadores da franquias, analisa Lucas. Afinal, as pessoas que trabalhavam na IP ou jogavam os games da série no PS2 agora são pais, mães e adultos com outros interesses e preocupações, mas que ainda querem se ver representados na jogatina.

Assim, coube ao Santa Monica Studio usar a mitologia da mesma forma que ela era utilizada originalmente por seus povos: transformando divindades em alegorias para diversos problemas, anseios e necessidades, e ajudando a traduzir conceitos mais complexos.

Embora o trio no palco do PlayStation tenha concordado que um conhecimento prévio da mitologia nórdica ajude a enriquecer consideravelmente a experiência de quem jogou o game de 2018 e pretende se aventurar em God of War Ragnarok, o caminho reverso também é verdadeiro.

Conforme os estúdios passaram a fazer pesquisas intensivas para introduzir conceitos de mitologia, história, tecnologia e biologia em seus projetos – pense na adaptação do fungo *Cordyceps* do mundo real para sua versão em **The Last of Us**, por exemplo –, acabaram transformando seus jogos em verdadeiras portas de entrada para a busca e o compartilhamento de conhecimento.

Se o trailer mais recente de **God of War Ragnarok** for um indicativo do tipo de conteúdo que podemos ver no game, acredite: você vai querer se inteirar mais sobre a mitologia nórdica para não perder nenhuma referência da jogatina. Ainda dá tempo de ir atrás de um bom livro, filme ou vídeo sobre o tema, já que o título está programado para estrear no próximo dia **9 de novembro**.

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Painel de God of War na BGS 2022 debate uso da mitologia nórdica na série

Atração realizada no palco da Sony teve participação de especialistas e contou com mediação do editor-chefe do Flow Games